“Uma noite de puro encantamento com o nosso tamanho poder de transformação”. Esse foi o sentimento manifestado por uma das alunas da FADITU ao término das apresentações dos trabalhos de conclusão do curso de Pós Graduação em Sustentabilidade Integral-Teoria e Prática, na noite da quinta-feira, dia 1º de março, no auditório da faculdade.
O curso de Pós Graduação da FADITU foi promovido em parceria com o Instituto Visão Futuro e a sua conclusão se deu com a realização de uma feira de apresentação dos trabalhos no próprio saguão da faculdade. O resultado foi o encantamento do público, que pôde compartilhar com os alunos concluintes do curso as ideias e as inovações desenvolvidas durante um ano de estudos, pesquisas e práticas de sustentabilidade.
Entre os trabalhos apresentados pelos alunos, alguns são verdadeiras descobertas que podem modificar verdadeiramente a vida das pessoas de uma localidade. Exemplo disso foi o trabalho exposto pela aluna Cristiane Gianezi da Silveira, profissional do designer que desenvolveu um projeto junto a uma família de artesãos da cidade de Serra, no Espírito Santo. O objetivo do trabalho foi melhorar a qualidade de vida de uma família que vive naquela localidade e tira o seu sustento do artesanato que produz e vende. Com a pesquisa acerca dos materiais empregados e a aplicação das técnicas da designer,  “o resultado foi que a família passou a produzir mais, melhor e com menores custos”, revelou.
Outro trabalho que recebeu bastante atenção do público foi o projeto desenvolvido pelo aluno Marcel Frezza, que apresentou o que ele chamou de “bomba de semente”. Trata-se de um novo conceito para o acondicionamento natural de sementes. Dentro de uma pequena cabaça e já envolvida em terra, a semente já tem os nutrientes que ela precisa para crescer, de forma que a ideia é proteger a semente e, assim, obter um maior índice de germinação. Cerca de trezentas cabaças com sementes de girassol e feijão guandú foram distribuídas como brinde para os alunos.
O arquiteto e paisagista Mario Sergio Soléo Scalambrino também surpreendeu o público com o seu trabalho intitulado “O paisagismo produtivo na escala residencial e seus impactos positivos no ambiente urbano”. Scalambrino escolheu para basear sua pesquisa um quarteirão do município de Jacareí e lá implantou técnicas capazes de melhorar o ambiente urbano como um todo a partir de intervenções que as pessoas podem fazer em seus próprios quintais. “Se cada pessoa cuidasse de uma árvore na frente de sua casa e outra no quintal, o impacto positivo seria enorme”, revelou.
A aluna Andresa G. Wagner também apresentou um trabalho de grande impacto para o público. Ela desenvolveu uma extensa pesquisa baseada na psicologia econômica com a discussão voltada à sustentabilidade. No seu trabalho, Andresa concluiu que “o bem estar e o estilo de vida impactam nas decisões econômicas e isso é um ciclo, onde se verifica que o problema está no excesso de consumo e que quando o limite é ultrapassado as perdas são muitas, indo do endividamento ao sedentarismo, passando pelo descontrole do estresse e os relacionamentos sendo altamente prejudicados”.
O enfoque empresarial também recebeu atenção dos estudiosos. O consultor empresarial Vicente Gomes fundou sua pesquisa no ponto de vista das empresas e demonstrou que “pessoas felizes no trabalho dão melhores resultados de produtividade.” Gomes é consultor de grandes empresas como CEMIG e Natura e com o seu trabalho nas organizações ele concluiu que “é possível ensinar as pessoas a serem mais felizes”. Ele difunde e contribui com o movimento FIB no Brasil.
Evento conta com presença de Susan Andrews
Além das apresentações dos projetos de sustentabilidade, o evento contou ainda com a palestra da psicóloga e antropóloga Susan Andrews, autora de mais de dez livros e idealizadora do Instituto Visão Futuro, que mantém em Porangaba uma ecovila com uma comunidade autossustentável.
No Brasil, Susan Andrews é ainda a representante do movimento mundial que prega a necessidade das nações encontrarem um novo indicador de progresso para substituir o PIB (Produto Interno Bruto). O movimento difunde mundo afora um novo indicador, conhecido como FIB (Felicidade Interna Bruta), “principalmente, depois que a Assembleia Geral da ONU decretou que o PIB não reflete o bem estar das populações e indicou que as nações busquem a métrica mais apropriada”, enfatizou.
Para corroborar sua tese da necessidade premente das nações encontrarem um novo indicador de progresso, ainda durante sua fala aos alunos, Susan lembrou que “nunca o mundo foi tão rico e, nós, nunca fomos tão infelizes; o PIB mede tudo, exceto aquilo que faz a vida valer a pena”, ressaltou.
Além de psicóloga e antropóloga pela Universidade de Harvard (EUA), Susan Andrews é doutora em Psicologia Transpessoal pela Universidade de Greenwich (EUA) e conferencista em mais de quarenta países. No Brasil, Susan tem ministrado palestras e treinamentos para empresas e profissionais liberais nas áreas de Saúde, Psicologia, R.H., Ecologia, Desenvolvimento Pessoal e Educação.
É autora de doze livros sobre temas como Educação, Psicologia, Saúde, Yoga, Nutrição, Ecologia e Felicidade, que já foram traduzidos para vinte idiomas. Estudou onze idiomas incluindo o Bengali, Chinês e Sânscrito. Idealizadora e facilitadora do Programa Transforma (ver no site abaixo mencionado), um conjunto de estratégias práticas que impulsiona a transição do estresse à empatia e ética, através de mudanças mais eficientes e conscientes nas organizações, gerando uma cultura de sinergia entre o indivíduo, a equipe, a instituição e a comunidade.
Susan é fundadora e coordenadora do Parque Ecológico Visão Futuro, próximo a Porangaba, interior de SP, um centro de desenvolvimento rural baseado numa visão humanista de máxima utilização dos recursos, cooperação e equilíbrio com a natureza. Atualmente, é coordenadora do movimento Felicidade Interna Bruta (FIB) no Brasil.